A história de amor e ódio entre Valdivia e Palmeiras começou há 15 anos. Comprado do Colo Colo, o chileno desembarcava no Palmeiras sob o comando do técnico Tite (sim, já fomos treinados por ele!) e iniciava um enredo com títulos, juras de amor, bronca da torcida e até sequestro relâmpago. É mais do que uma montanha-russa. Atualmente, há quem o ama. Outros, o odeiam. Eu faço parte daqueles que admiram seu futebol.

Acredito que Valdivia tenha sido o jogador mais talentoso que passou por aqui nos últimos anos. Vou mais longe. É o atleta que mais enchia os olhos do torcedor neste século XXI. Muitos vão questionar: e o Alex? Cracaço. Definidor, ídolo incontestável e construiu uma carreira brilhante por aqui.

Mas, quando falo sobre jogadas plásticas bonitas, devo admitir que prefiro o Valdivia. E ainda o chileno vinha com o pacote de zombar dos rivais e deixá-los loucos da vida. Alex era mais diplomático. Obviamente, Alex também foi mais vencedor, enquanto Valdivia faturou apenas um Paulistão e Copa do Brasil, mas repito: estou falando apenas de beleza de futebol. Só isso. E nada mais.

Desde que ele saiu em 2015 após uma exibição inesquecível contra o Corinthians em 31 de maio daquele ano, muitos pedem sua volta quando a situação está ruim. Outros sequer conseguem ouvir seu nome. O apontam como “chinelinho” e de que “mamou nas tetas do clube” por anos. Não vou entrar no mérito da questão.

Valdivia está hoje às vésperas de completar 38 anos de idade. Quando saiu, tinha apenas 32. Pra falar a verdade, não sei como ele está tecnicamente, mas duvido muito que tenha desaprendido a jogar futebol e sobretudo, que fosse menos aproveitado que um Lucas Lima da vida.

Por anos, Valdivia foi a esperança de dias melhores. O palmeirense assistia uma partida afoito, esperando que ele fizesse algo diferente. Um passe. Um drible. Um lampejo qualquer de genialidade. Com a vinda da Crefisa em 2015, deixou de ser imprescindível, mas poderia ter continuado sendo útil. Deu sinais disso com um time decente nos poucos jogos que fez em 2015.

Será que haveria espaço para ele em 2021 ou 2022? Honestamente, eu acredito que sim. Um contrato de produtividade para encerrar a carreira no clube que ama seria interessante. Com um salário condizente com a realidade atual, entrando em jogos pontuais, acredito que possa somar. Mas, infelizmente, é utopia.

Valdivia tinha potencial para ser um dos melhores jogadores do mundo. Quem dizia isso era Paulo Nobre. Motivado, um dos melhores. Desinteressado, entediado ou infeliz, um grande problema. Também palavras do nosso ex-presidente. Pude dizer que tive o prazer de vê-lo jogar por alguns anos. Só lamento que tenha sido, na maioria das vezes, ao lado de jogadores tão ruins e que não estiveram a sua altura. Faz parte.

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