Experiências

Promessas e superstições palmeirenses, todo mundo tem a sua

Futebol e superstições caminham juntos. Foi assim (ou não) que o Palmeiras foi campeão em 1993 em cima do Corinthians ao sair da fila no Campeonato Paulista, depois de Roberio de Ogum pedir que os jogadores entrassem com camisas de manga longa e meias brancas. Volta e meia, as meias brancas se repetem. As camisas longas, caíram em desuso, infelizmente. Mas, todo palmeirense, acredito eu, tem suas superstições e promessas. Se for campeão, faço isso, deixo de fazer aquilo. Enfim.

Desde que eu era criança, sempre tive algumas superstições um tanto quanto esquisitas. Lembro que a minha primeira era assistir os 5 últimos minutos da partida com um olho só se o Palmeiras estivesse ganhando. Ou deitado no chão, se estivesse perdendo. Qual o sentido disso? Nenhum. Às vezes dava certo. Às vezes, não dava. Outras, abria um olho sem querer e tomávamos uma virada ou empate. A vida tem dessas coisas.

As promessas vieram só quando tive mais idade. A Copa do Brasil 2012 foi meu primeiro título com a maioridade. Se fosse campeão, prometi distribuir comida na rua para quem precisasse. Assim o fiz. Bem como em 2015.

Durante a campanha do título Brasileiro 2016, tinha uma superstição estranha. Assistia os jogos com o celular desligado e carregando. Assim que a placa levantasse os acréscimos no segundo tempo, tinha que ligá-lo. Fiz isso uma vez, e deu certo. Continuei fazendo até levantarmos a taça. Repeti o ritual em alguns jogos de 2017, mas não deu certo e abandonei.

Superstições também são assim. A gente vê que dá certo alguma coisa por acaso e continua depois. Não tem muita explicação ou sentido. Atualmente, acredito que não esteja com nenhuma. Já gastei todas na última temporada com a conquista de três troféus.

A mais recente superstição foi na Libertadores 2020. Estava em Cancún, no México, de férias, e nas semifinais jogamos contra o River Plate. No hotel que me hospedei, fiz amizade com o dono do bar, localizado no roofttop e ele garantiu que eu veria a partida via -pay-per-view bebendo uma cerveja. Cumpriu a promessa. Então, montei um look com uma camiseta branca de 2019 e um short desses moderninhos, verde água. E chinelo verde Raider. Tinha que estar trajado. Deu certo. Batemos os argentinos por 3 a 0. Repeti até a final e deu certo. Minha noiva também estava com um look específico e pedi que ela fizesse o mesmo. Camisa branca, saia verde e unhas verdes. Ela me ama tanto que acaba embarcando nesses meus devaneios.

As últimas promessas que fiz foram distribuir comida novamente na rua com as conquistas da Copa do Brasil e Libertadores, e me forcei a ficar pouco mais de dois meses sem álcool, refrigerante e doce. Me fez um bem danado. Dei uma ótima secada e me senti muitíssimo melhor. Pelos próximos dias, pretendo até repetir a dieta restritiva, mas sem promessa nenhuma envolvida.

No Brasileirão 2018, sob o comando de Felipão, maior técnico da história da Sociedade Esportiva Palmeiras, prometi manter o bigode por uma semana após o título. Foi ridículo. Lembro que tive que fazer reuniões com ele, as pessoas quase riam na minha cara no elevador de onde trabalhava. Eu me sentia ridículo. E estava mesmo.

A mais ousada de todas seria no Mundial de Clubes. Se o Palmeiras fosse campeão, eu rasparia a cabeça. Como sabemos, o time teve um desempenho vexatório na competição e esbarramos nos mexicanos do Tigres. Nem os egípcios do Al-Ahly conseguimos superar. Deixa para uma próxima vez, quem sabe.

Com a Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana, também apelei nas promessas. Ficaria por mais um mês sem doces, refrigerantes e álcool e caso vencesse as duas, assinaria o Premiere até que o Abel Ferreira saísse do Palmeiras. Economizei um dinheiro, mas minha alimentação piorou.

É como dizem. De gênio e louco todo mundo tem um pouco.

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